terça-feira, 13 de agosto de 2013

CULTURA DA GASTANÇA

Da Folha 2 de hoje:



Cultura e Lazer

Um elefante branco e um palco móvel de R$ 347 mil

Ao lembrar que Campos tem “o maior palco fixo da América Latina”, como alardeia a propaganda oficial referindo-se ao Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), o jornalista Ricardo André Vasconcelos veiculou no seu blog “Eu Penso que...” que a prefeitura, através da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, pagou no dia 2 de agosto a importância de R$ 347.857,40 à empresa Working Empreendimentos e Serviços Ltda. por serviços de palco/camarim e acessórios. 
Na postagem assegura que “o blog não pode afirmar se todo o valor refere-se ao aluguel do palco montado para apresentação dos artistas na festa de São Salvador e do show gospel que encerrou (07/08) o evento evangélico “Marcha para Jesus”. Contudo, salienta não ter dúvida de que a estrutura que estava sendo desmontada nessa segunda-feira (12) na praça São Salvador foi alugada da empresa Working. E acrescenta: “O que é uma incoerência, tendo a PMCG uma estrutura própria, sem custo e num local com mais conforto para espectadores, que é o Cepop. Sem falar no bem que faria ao caótico trânsito na área central da cidade se todos os shows fossem promovidos no Cepop”.

Altos valores
Ricardo André também faz referência aos altos cachês pagos a artistas para se apresentarem aqui — tanto no Trianon (comemorações dos 15 anos de fundação) como na festa de São Salvador. O cantor Michel Telo, que fez show na véspera do padroeiro da cidade, recebeu R$ 158.500 dos cofres da municipalidade. Já Maria Bethânia, que se apresentou no dia 31 de julho no Trianon, embolsou R$ 233.750. Como o teatro só tem 800 lugares e o ingresso custava R$ 100, mesmo se todos fossem vendidos daria uma renda de R$ 80 mil. Contudo, devem ser descontados os convidados (nada pagam), idosos e estudantes que pagam meia entrada. Quer dizer, os campistas pagaram por um espetáculo que não puderam assistir.
Sobre sua preocupação em acompanhar os gastos da Prefeitura de Campos, explicou que desde pequeno lê Diário Oficial e que nos 25 anos de exercício do jornalismo muitas pautas foram feitas a partir desta leitura. “Neste momento, faço jornalismo voluntário como exercício de cidadania. Se a municipalidade sonega algumas informações à população, de minha parte, dentro das limitações, procuro informá-la. É fundamental que todo cidadão saiba como está sendo gasto o dinheiro que é arrecadado”, observou.
Para Ricardo André, se a prefeitura, através de suas assessorias, não responde às colocações feitas no blog, não faz diferença: “Vou continuar exercendo o meu direito de informar e, quanto à municipalidade, caberá aos órgãos competentes julgá-la. Quando faço alguma postagem não emito juízo de valor — não estou suspeitando de ninguém —, mas não abro mão de continuar veiculando fatos ligados à administração municipal”. Tanto a secretaria de Comunicação como a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima não se pronunciaram sobre o assunto até o fechamento da matéria, mesmo tendo sido acionadas através de e-mails e telefonemas.
Celso Cordeiro Filho
13/08/2013 13:52

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